A COVID-19 foi declarada uma pandemia global pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de março de 2020, sendo causada pelo Coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2, ou SARS-CoV-2 (verifique este post para mais informações). Inicialmente, a doença COVID-19 foi identificada como uma infecção respiratória. No entanto, ela está afetando outros órgãos também, como demonstrado em estudos de novos infectados, indivíduos em recuperação e exames post-mortem. É importante notar que, como a COVID-19 ainda está em andamento, com pesquisas sendo feitas todos os dias, as informações estão em constante atualização. Aqui está uma lista dos principais efeitos adversos da COVID-19, com informações precisas até o momento.
Falta de ar: a falta de ar é o sintoma mais evidente da COVID-19 [1]. Aproximadamente 5-8% dos pacientes infectados desenvolvem síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), que se caracteriza por baixo nível de oxigênio no sangue (hipoxemia) e diminuição da capacidade pulmonar, muitas vezes exigindo ventilação mecânica. A SDRA pode progredir para fibrose pulmonar, o que resulta em falta de ar e tosse seca crônica, que pode durar até 5 anos após o desenvolvimento da SDRA [2]. Estudos estão mostrando que o grau de fibrose foi mais severo em pacientes com COVID-19 crítica do que naqueles com infecção moderada [3].
Fibrose ou disfunção cardíaca: a Sociedade Internacional e Federação de Cardiologia da Organização Mundial da Saúde define a miocardite como uma inflamação do tecido muscular do coração (miocárdio). Os sinais de lesão miocárdica em pacientes de COVID-19 incluem insuficiência cardíaca, miocardite, e/ou piora de uma doença cardiovascular preexistente. A miocardite pode resultar de uma invasão direta do vírus nas células musculares do coração, ou através da inflamação causada pela resposta do sistema imunológico [4].
Em adultos, as complicações cardiovasculares da COVID-19 têm sido diversas. Em uma extremidade do espectro, houve casos de miocardite temporária (miocardite subclínica). Por outro lado, houve arritmias que podem resultar em parada cardíaca e morte súbita. Isto pode acontecer mesmo entre pacientes assintomáticos sem condições cardiovasculares preexistentes, embora seja mais comum em pacientes que já necessitam de cuidados médicos.
Em crianças pequenas, embora 45% sejam assintomáticas, há um número significativo delas que sofrem de miocardite. Embora seja muito cedo para prever consequências a longo prazo, é muito provável que ocorram anormalidades cardiovasculares [4].
Anormalidades de coagulação sanguínea: o aumento significativo na quantidade de coágulos de sangue é uma complicação da COVID-19 (também referida como eventos tromboembólicos). Estes coágulos de sangue podem se romper e serem transportados para vários órgãos, como os pulmões (causando embolia pulmonar) e o cérebro (causando um derrame). Também é possível ter o inverso, uma redução da formação de coágulos (também chamado de coagulopatia). Como as enzimas de coagulação estão sendo consumidas pelo sistema imunológico, há um atraso no tempo de coagulação e baixa contagem de plaquetas [5,6].
Disfunção neurológica: há vários sintomas neurológicos apresentados por pacientes de COVID-19;
Perda de paladar/olfato. Mais de 90% dos pacientes recuperam o paladar e olfato no primeiro mês após a infecção por COVID-19, porém os sintomas podem persistir e resultar em perda completa do olfato (anosmia) [7];
Piora da doença de Alzheimer ou leve deficiência cognitiva;
Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), relatado principalmente por pacientes do sexo feminino [8];
Transtorno de estresse pós-traumático, em sua maioria em pacientes internados na UTI [8];
Confusão mental (brain fog);
Zumbido nos ouvidos;
Má qualidade do sono;
Depressão e ansiedade;
Confusão.
Ainda não está claro se essas manifestações estão relacionadas ao estresse geral devido à infecção ou diretamente causadas pela infecção de COVID-19. Além disso, ainda não se sabe se essas manifestações persistem após a recuperação [9], mas há muita pesquisa sendo feita em relação à Síndrome Pós-COVID Persistente (PPCS). Por enquanto, os cientistas continuam desvendando coisas novas sobre essa doença todos os dia e nós os manteremos atualizados.
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Escrito por: Phaedra
Editado por: María e Natasha
Traduzido por: Alex
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Referências (em inglês):
Olliaro PL. (2021). An integrated understanding of long-term sequelae after acute COVID-19. The Lancet Respiratory Medicine. https://doi.org/10.1016/S2213-2600(21)00206-X
Oronsky B, Larson C, Hammond TC, Oronsky A, Kesari S, Lybeck M, Reid TR. (2021) A Review of Persistent Post-COVID Syndrome (PPCS). Clinical Reviews in Allergy & Immunology: 1-9. https://doi.org/10.1007/s12016-021-08848-3
Zou JN, Sun L, Wang BR, Zou Y, Xu S, Ding YJ,…& Chen SM. (2021) The characteristics and evolution of pulmonary fibrosis in COVID-29 patients as assessed by AI-Assisted chest HRCT. PloS one, 16(3), e0248957. https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0248957
McMurray JC, May JW, Cunningham MW, Jones OY. (2020). Multisystem Inflammatory Syndrome in Children (MISC-C), a Post-viral Myocarditis and Systemic Vasculitis- A Critical Review of Its Pathogenesis and Treatment. Front. Pediatr. 8:626182 doi:10.3389/fped.2020.626182
Weerahandi H, Hochman KA, Simon E, Blaum C, Chodosh J, Duan E, … & Horwitz LI. (2021). Post-discharge health status and symptoms in patients with severe COVID-19. Journal of general internal medicine, 36(3), 738-745. https://doi.org/10.1007/s11606-020-06338-4.
Iqbal A, Iqbal K, Arshad Ali S, et al. (2021) The COVID-19 Sequelae: A Cross-Sectional Evaluation of Post-recovery Symptoms and the Need for Rehabilitation of COVID-19 Survivors. Cureus 13(2): e13080. DOI 10.7759/cureus.13080
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Kamal M, Abo Omirah M, Hussein A, Saeed H. (2021) Assessment and characterisation of post-COVID-19 manifestations. Int J Clin Pract. 75:e13746. https://doi.org/10.1111/ijcp.13746
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