Estamos perto da virada do século XVIII. É 1796 e a varíola avança violentamente. Mesmo se a varíola não te matar, as lesões por todo o seu corpo poderiam te desfigurar com cicatrizes. O que fazer? As pessoas tentaram transferir a imunidade dos sobreviventes esfregando pus de indivíduos infectados. A técnica era chamada “variolação”, mas às vezes as pessoas saudáveis que recebiam esse pus acabavam desenvolvendo varíola na forma severa da doença e podiam infectar outras pessoas que não estavam imunes [1].
Felizmente, durante a década de 1770, o fazendeiro Benjamin Jesty e o médico Edward Jenner conseguiram fazer grandes descobertas na luta contra a varíola. A chave para solucionar esse problema era a varíola bovina. Leiteiras que trabalhavam com gado contraíam uma forma mais leve da doença (a varíola bovina). Depois de se recuperarem dessa doença, as leiteiras desenvolviam resistência à varíola. A varíola bovina é muito similar à varíola, então a exposição à varíola bovina causa uma doença parecida, mas mais leve. Então, perceberam que a infecção por varíola bovina proporcionava proteção contra uma doença parecida mais letal: a varíola. Portanto, expor pessoas ao pus de lesões causadas por varíola bovina tornava-as resistentes à varíola.
Para testar essa ideia, Jenner a testou em James Phipps, uma criança de oito anos [1]. James foi infectado com varíola bovina e se recuperou. Mais tarde, quando ele foi exposto à varíola, ele não desenvolveu a doença. James estava protegido contra varíola. Hoje em dia, esse tipo de teste que aconteceu com James não seria permitido por questões éticas. Felizmente, vacinas são avaliadas cuidadosamente em várias fases e são primeiramente testadas em adultos que concordaram em participar dos testes.
Jenner foi a pessoa que popularizou a vacinação e quem criou o termo “vacinas”. Na realidade, o nome “vacina” originou do latim vacca, que significa vaca [2]. Embora esse protocolo tenha apresentado muitas dificuldades, ele traçou o caminho para novos desenvolvimentos para obter vacinas mais seguras e efetivas.
E, portanto, vacas deram seu nome para esta tecnologia salva-vidas: vacinas!
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Escrito por: Nicole
Editado por: María, Adrian, e Natasha
Traduzido por: Alex
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Referências (em inglês):
Hollingham, R. (2020). How the first vaccine was born. Retrieved from https://www.bbc.com/future/article/20200928-how-the-first-vaccine-was-born
Henderson, D.A., & Moss, B. (1999). Smallpox and Vaccinia. S.A. Plotkin & W.A. Orenstein (Eds.). Philadelphia: Saunders. Available at: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK7294/
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